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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Um planeta ainda repleto de ditaduras

As manifestações no mundo árabe colocaram em evidência países que, apesar do verniz das eleições, são, na prática, ditaduras - caso da Tunísia e do Egito.
Em muitos casos, porém, definir o que é uma ditadura não é tão fácil quanto parece.
A ideologia, especialmente, tem um papel importante nisso. Os EUA, por exemplo, que têm no Egito um forte aliado, não chamam Hosni Muharak de ditador. Ao mesmo tempo, muitos em Washington consideram a Venezuela do presidente esquerdista e antiamericano Hugo Chávez uma ditadura.
Ideologias à parte, a ciência política estabelece critérios que ajudam a definir o nível de democracia de um país. De acordo com o cientista político e professor da PUCRS Hermílio dos Santos, o fato de não ser uma ditadura não torna um país uma democracia.
- O Egito tem eleições. A VenezueIa tem eleições. Mas nem por isso são democráticos.
Entre os Parâmetros, estão a possibilidade de organização livre de partidos de oposição, liberdade de imprensa, a existência de organizações civis sem controle do governo e a presença de organismos que controlam as ações dos governantes. Além disso, um país democrático tem que ter Judiciário e Legislativo independentes.
O Economist Intelligence Unit, ligado à revista The Economist, publica um estudo sobre o grau de democracia baseado nos critérios da ciência política. Em 2010, o Brasil ficou em 47° lugar na relação que analisou 167 países territórios e ficou entre as 53 "democracias imperfeitas".
Dos cinco quesitos analisados no estudo, o Brasil teve seu pior resultado no que leva em conta a cultura política, com nota 4,38. O segundo critério que colaborou para a nota baixa foi a participação política, com 5 pontos. Já quando foi analisado o processo eleitoral e o pluralismo, o Brasil passou para 9,58, e em liberdades civis, para 9,12. Sobre o funcionamento do governo, a média ficou em 7,5 pontos. Segundo a publicação, metade da população mundial vive em algum tipo de democracia, mas apenas 12% em países plenamente democráticos. Cerca de 2,5 bilhões (mais de um terço da população mundial) ainda vivem sob regimes autoritários, as ditaduras.

Fonte: Zero Hora, 06/02/11 (página 22).

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