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sábado, 16 de janeiro de 2010

Projeções Cartográficas

A rede de paralelos e meridianos sobre a qual desenhamos um mapa constitui o que chamamos de projeção cartográfica. Sua aplicação envolve conceitos matemáticos e geométricos.
Mesmo possibilitando uma representação mais precisa e mais organizada da superfície terrestre, o uso das projeções pode causar distorções. Cabe ao cartógrafo decidir qual é o tipo de projeção mais apropriado para o mapa que vai construir.
Os principais tipos de projeção mantêm os aspectos mais importantes para a elaboração de um mapa, que são a distância, a forma e os ângulos. Nenhuma projeção consegue manter esses três elementos ao mesmo tempo. Dessa forma, podemos considerar projeções:

Equidistantes: Mantêm as distâncias lineares (distâncias a partir de um centro determinado) Mas apresentam distorções nas áreas e nas formas terrestres.
Conformes: Procuram manter os mesmos ângulos das coordenadas geográficas. Conservam, assim, as formas terrestres. Mas apresentam distorções nas áreas representadas. A escala usada para representar as distâncias varia. Usa-se a escala real apenas nas áreas próximas do Equador. A medida que se afasta da região equatorial, a distorção é maior.
Equivalentes: Apresentam formas distorcidas, mas as áreas mantêm o mesmo valor da área real. Os ângulos do planisfério ficam deformados em relação aos ângulos da esfera terrestre.
Os três tipos de projeção (equidistante, conforme e equivalente) são elaborados a partir de três métodos originais: projeções cilíndricas, projeções cônicas e projeções azimutais (planas).

Projeções cilíndricas
Nesse tipo de projeção, muito usado para representar planisférios, os paralelos e meridianos são projetados sobre um cilindro, que é planificado posteriormente, os paralelos retos e horizontais e os meridianos, retos e verticais, formam ângulos retos. Seu principal inconveniente é apresentar deformações nas áreas de altas latitudes. Porém, conserva as proporções das superfícies próximas ao Equador. Com ela, pode-se representar toda a Terra.

Projeções cônicas
Nos mapas com projeção cônica, o globo terrestre (ou parte dele) é projetado em um cone tangente, que depois é planificado. As projeções cônicas são usadas principalmente para representar regiões de latitudes médias. Apresentam maiores deformações na base e no vértice do cone, por isso representam regiões menores.
Nesse tipo de projeção, os meridianos são radiais porque surgem de um mesmo ponto, e os paralelos são círculos concêntricos, isto é, têm o mesmo centro.

Projeções azimutais
Também chamadas de projeções planas, as projeções azimutais são elaboradas a partir de um plano tangente sobre a esfera terrestre.
Meridianos e paralelos são projetados sobre um plano apoiado em um ponto que geralmente está no Equador ou nos polos, mas encontramos projeções azimutais centradas em outros pontos da Terra, Por isso, podemos considerar três modalidades de projeções azimutais: oblíqua, Polar e equatorial.
O ponto de tangência torna-se o centro do mapa construído dessa maneira. Geralmente esse centro apresenta pequenas deformações que se acentuam à medida que dele nos afastamos.
Na projeção azimutal polar (centrada no polo) área é representada mostra só um hemisfério. Os meridianos são convergentes no centro e os paralelos são concêntricos.
A projeção azimutal polar está no emblema oficial da Organização das Nações Unidas (ONU).
Pode-se usar esse tipo de projeção quando se quer colocar um país na posição central ou para calcular a distância entre esse país e qualquer lugar na superfície da Terra. Por esse motivo, a navegação marítima e a aviação também usam a projeção azimutal.

Algumas projeções importantes
Projeção de Mercator
Quase sempre o mapa-múndi, ou planisfério, que encontramos em atlas e livros é semelhante a este:
No século XVI, O geógrafo flamengo Gerhard Kremer, conhecido como Mercator, idealizou e construiu esse tipo de projeção cilíndrica, muito usado na navegação porque permite traçar rotas em linha reta.
A projeção de Mercator é conforme, pois não deforma os ângulos. Porém as áreas do hemisfério norte, principalmente a Europa, ficam muito ampliadas. Isso reflete a hegemonia econômica exercida pelos europeus na época. Na verdade cada tipo de projeção revela as ideias de quem criou, expressando assim, a sua visão de mundo.

Projeção de Peters
A projeção criada em 1973 pelo historiador alemão Amo Peters procura representar mais fielmente as áreas dos oceanos e continentes. A projeção de Peters é cilíndrica e equivalente. Essa representação significou muito para a autoestima dos países subdesenvolvidos, que ganharam mais destaque. Porem, para conseguir a equivalência, foi preciso sacrificar as formas. África e América do Sul estão estranhamente alongadas nos mapas feitos nessa projeção.

Projeção de Robinson
Atualmente, é comum a utilização de projeções com menores índices de distorção para o mapeamento do planeta, como a de Robinson, comumente usada nos atlas modernos para representar o mundo. Essa representação, conhecida como projeção cilíndrica afilática ou arbitrária, não preserva nenhuma das propriedades de conformidade, equivalência ou eqüidistância. Ela é bastante adequada para mostrar o mundo em atlas escolares, já que não distorce o planeta de forma tão acentuada como as projeções que vimos anteriormente.
Projeção interrompida de Goode
tem a finalidade de mostrar a equivalência das massas continentais e oceânicas; por isso, elas estão interrompidas ou descontínuas.

Projeção de Mollweid
Essas projeções são do tipo equivalente, isto é, conservam a proporção ou equivalência das áreas representadas em detrimento da forma. Nelas, os paralelos são horizontais e estão de tal modo espaçados que cada área limitadas por dois deles conserva a mesma proporção da área real, embora possa variar muito no tocante à forma. Elas têm formato elíptico e são muito utilizadas para a confecção de mapas-múndi.

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